domingo, 13 de novembro de 2011

A Utopia do Ser e A Epifania do nada.


O que você vai ler agora é fruto de uma mente extremamente brilhante, de uma pessoa que pra mim é muito mais que um irmão. Também quero que fique registrado aqui que eu fui o primeiro blogueiro a publicar um fragmentos dos muitíssimas ideais deste ilustre Amigo, Filosofo e Escritor Coruripense: Carlos Cesar dos Santos.
Eu e meu grande Amigo Prof. Carlos Cesar

A Utopia do Ser e A Epifania do nada

Busco, procuro. Vou à procura, vou à busca. Uma força me seduz, me atrai. Algo me arrasta me convoca a sair de mim mesmo, sem deixar de ser eu mesmo. Sou aberto, abertura eu sou. Vou ao encontro nos desencontros. No corpo procuro, ao seu redor busco. Até onde for o alcance; o corpo é o limite. Na alma vou para além da somaticidade, extrapolo os limites de corparidade. Na Alma irrompo a alcance do corpo, as barreiras do tempo e do espaço. Na alma vou as estrelas mais distantes, vou aos planetas, vou a via Láctea; ultrapasso o sistema solar. Na alma viajo de uma extremidade a outra do universo a procurar, sou um errante; um eterno nômade apesar da sedentaridade do corpo. Busco e torno a buscar. A minha vontade não se cansa jamais, não desisto de buscar.

Na busca o vazio toma conta de mim, todas as minhas conquistas são insignificantes; não me realizam. A cada dia me desenvolvo, a cada momento estou me realizando e ainda não me realizo, ainda não sou. O tempo está me consumindo, está me tragando. Estou morrendo, deixando de ser a procura de ser. De tudo me disperso, tudo pra mim é despedia. Na contemplação das coisas de mim mesmo me disperso. Sinto profundamente saudades de mim. Estou morrendo. Ó que dor! O desejo de ficar me consome, o de partir me devora. Sinto saudades de mim, saudades do que era, do que sou e muito mais do que ainda não sou. Agora digo que sou eu e ainda não sou. A cada dia vivido eu sou mais. Ontem fui menos; amanhã mais ainda serei. No tempo sou; no tempo deixo de ser; no tempo estou sendo, o que eu não sei; o que sei é que o ser é o tempo. Eu busco ser e o ser nunca me chega, Ó ser que tanto busco não tardei mais! Na busca de ser a angustia me corrói, me dilacera, me apavora, me esfacela. O nada e a angustia se confunde, o nada me persegui; o nada me visita sem convites, é penetra; rir de mim, Poe o dedo na ferida aberta,declara para a multidão, manga da minha fragilidade. O Nada me atormenta do nada tenho medo! Enquanto fuljo do nada, o nada me alcança; corro do nada e para o nada caminho. Quero ser, quero ser... Esse é o meu desejo, desejo que dói, que sangra na carne. O tempo me faz se e não ser. A cada conquista no lugar de ver que sou, vejo que ainda não sou; vejo o nada ameaçador. O Nada está em tudo, é manifestação. O ser é fútil, passageiro, provisório; é ilusão confortadora. O ser é o único alento, um conforto apenas; algo que mascara o nada, coisa que disfarça o absurdo da vida. Grito, chamo, choro, balbucio pelo ser, o nada é que me vem; o nada é tragédia, é ruína. Quero ser e ainda não sou... Sou filho, irmão, amigo, sou professor; sou amado, sou amante, sou, sou... e ainda não sou. Sou tudo e tudo sendo, o ser não aplaca a ira do nada. O nada é absoluto, se manifesta nos modos de ser; a possibilidade de ser é limitada. Enquanto sou isso deixo de ser aquilo; sendo aquilo outro ainda não sou. Estou no tempo e para o tempo sou finito, não esgoto todas as possibilidades de ser. O ser me escapa, como areia ou água que escapa por entre as frestas dos dedos. Fuljo do nada, para os quatros cantos do mundo procuro pelo ser. De mim o ser foge, não encontro pistas nem o seu rastro. Parado o nada me chega, caminhando o nada me alcança, do nada não escapo; foge de mim o ser. Fulgindo do nada, para o nada caminho; não tem jeito, o nada é o meu destino. Portanto sendo o Ser o que não se atinge a finitude a minha sina, o NADA é Epifania o SER apenas utopia.


Carlos Cesar dos Santos


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